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sábado, 29 de junho de 2013

Lições no Caos I


O Caos
Na teoria do Khaus (caos) o bater das asas de uma borboleta no oriente pode provocar um tufão no ocidente.
Nesta mesma teoria os fractais são a parte de um todo encontrada em todas as partes do todo, ou seja: aproximando-se uma lente de um pedaço qualquer vamos encontrar neste pedaço a forma do todo em pedaços iguais ao que você examina.
Se você olhar do alto, da janela de um avião, por exemplo, e tirar uma fotografia de uma baía, examinando-a depois vai perceber que ela se reproduz igualmente em várias pequenas baías.Há os que afirmam que isto é o dedo de Deus na criação da natureza. Não vou tão longe, ainda que veja o dedo dele em todas as coisas.
Na teoria do caos, A idéia é que uma pequena variação nas condições em determinado ponto de um sistema dinâmico pode ter consequências de proporções inimagináveis.  
O Brasil próximo do Caos
Vejamos o que esta ocorrendo no Brasil neste momento.
Em mais de uma centena de cidades, pequenas e grandes os jovens foram às ruas protestar e levaram na bagagem uma variedade tão grande de insatisfação que dizem, confundiu e confunde até os mais experientes estudiosos do sistema social.
Não creio nisso, creio que as ciências sociais estão tão comprometidas com o modelo econômico vigente que omitiram a insatisfação das pessoas diante de uma realidade tão adversa, como adversa são as intempéries da vida.
Aqui se pegarmos todas as manifestações vamos ver que elas são similares na forma e no jeito de fazer. A dualidade esta presente inclusive no uso de marginais para fazerem provocações, sem tirar e nem botar na metodologia de agressão do manifestante sectário com coquetéis molotov nas mãos e a policia reprimindo com as ditas bombas de efeito moral e o esprei de pimenta. É a mesma coisa em todos os lugares. A fotografia é igual, mudam apenas os personagens.
Mas há uma coisa que não é igual. 
Europa falida
Na Europa a população foi para as ruas depois do khaus econômico ter se instalado quando já não havia nada para buscar e sim tudo para recuperar. Ela a população jovem não se apercebeu que o seu emprego, a sua universidade, a sua casa, a sua renda tinham ido para o fundo do poço e que era impossível recuperá-la. O golpe havia sido dado e o estado social já não mais existe. Toda a riqueza produzida depois da segunda guerra mundial havia se transferido para uma pequena parcela da população que não tem pátria, não tem povo e não faz parte de uma nação. Eles os “escudos vermelhos” não tem cara, não tem rosto.
Lá os países só sairão da crise se os trabalhadores daqui resolverem mudar o mundo, coisa que no momento me parece impossível.
Ora, se a riqueza foi para as mãos de uns poucos, significa dizer que os micros, pequenos e médios empresários da cidade e do campo também perderam seus patrimônios, diga-se uma calamidade; e se ontem os pobres buscavam abrigo alimentar nas instituições de caridade, hoje também muitos ex ricos estão nos balcões solicitando ajuda, e os que ainda não estão, se a coisa não mudar em breve estarão, sem contarmos a multidão dos que preferiram a morte pelo suicídio.
Porém pela pressão dos jovens os governos do bloco comum europeu resolveram afrouxar o cinto e vão, dizem os jornais, investir mais de um bilhão de euros nos próximos dois anos para gerar trabalho e renda. Vão investir o que retiraram das nações e os salários serão infinitamente menores dos de antes. 
Voltamos ao nosso meio.
Há uma fala popular que diz da leniência de nosso povo, do acomodamento, da subserviência e do apego as autoridades e governos.
Parece-me que a juventude esta rompendo com estes paradigmas e foi à rua dizer que basta.
Aqui diferente da Europa o País vive uma era de quase pleno emprego. O estado e a iniciativa privada apostaram em cursos terminais de qualificação profissional e milhares de pessoas passaram para a condição de profissionais primários e exercem funções nas mais diversas atividades econômicas.
Portanto nós temos uma situação bem diferente e parece, mas não é uma coisa articulada, uma ação de grupos de poder para desestabilizar o governo.
Porém, a articulação do “escudo vermelho” se deu e se dá em confronto com o governo da Dona Dilma; pois vejam, foi só o estado reduzir as taxas de juros do seu endividamento e ressurge um inicio de crise que atinge principalmente os mais pobres, com o aumento dos preços dos produtos alimentares, dos remédios e dos alugueis, a chamada inflação.
Esta crise sim foi articulada pelos donos do poder com o apoio de segmentos da classe média que ainda não engole o governo popular que governa para todos, principalmente para os mais pobres.
Cabe-me dizer que os jovens do mundo todo refletem uma insatisfação ainda não explicada cientificamente, mas que tenho convicção se origina no modelo econômico de distribuição de renda.
Prometo abordarei sobre isto impreterivelmente no próximo artigo.
Veremos fractais sociais em todos os cantos do mundo e só um pacto social entre empregados e empregadores mudarão isto.
 

 

 

 

 

 

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