O Caos
Na teoria do Khaus (caos) o bater das asas de uma borboleta
no oriente pode provocar um tufão no ocidente.
Nesta mesma teoria os fractais são a parte de um todo
encontrada em todas as partes do todo, ou seja: aproximando-se uma lente de um
pedaço qualquer vamos encontrar neste pedaço a forma do todo em pedaços iguais
ao que você examina.
Se você olhar do alto, da janela de um avião, por exemplo, e
tirar uma fotografia de uma baía, examinando-a depois vai perceber que ela se
reproduz igualmente em várias pequenas baías.Há os que afirmam que isto é o dedo de Deus na criação da
natureza. Não vou tão longe, ainda que veja o dedo dele em todas as coisas.
Na teoria do caos, A idéia é que uma pequena variação nas condições em determinado ponto de
um sistema dinâmico pode ter consequências de proporções inimagináveis.
O Brasil próximo do Caos
Vejamos o
que esta ocorrendo no Brasil neste momento.
Em mais de
uma centena de cidades, pequenas e grandes os jovens foram às ruas protestar e
levaram na bagagem uma variedade tão grande de insatisfação que dizem,
confundiu e confunde até os mais experientes estudiosos do sistema social.
Não creio
nisso, creio que as ciências sociais estão tão comprometidas com o modelo
econômico vigente que omitiram a insatisfação das pessoas diante de uma
realidade tão adversa, como adversa são as intempéries da vida.
Aqui se
pegarmos todas as manifestações vamos ver que elas são similares na forma e no
jeito de fazer. A dualidade esta presente inclusive no uso de marginais para
fazerem provocações, sem tirar e nem botar na metodologia de agressão do
manifestante sectário com coquetéis molotov nas mãos e a policia reprimindo com
as ditas bombas de efeito moral e o esprei de pimenta. É a mesma coisa em todos
os lugares. A fotografia é igual, mudam apenas os personagens.
Mas há uma
coisa que não é igual.
Europa falida
Na Europa a
população foi para as ruas depois do khaus econômico ter se instalado quando já
não havia nada para buscar e sim tudo para recuperar. Ela a população jovem não
se apercebeu que o seu emprego, a sua universidade, a sua casa, a sua renda
tinham ido para o fundo do poço e que era impossível recuperá-la. O golpe havia
sido dado e o estado social já não mais existe. Toda a riqueza produzida depois
da segunda guerra mundial havia se transferido para uma pequena parcela da
população que não tem pátria, não tem povo e não faz parte de uma nação. Eles
os “escudos vermelhos” não tem cara, não tem rosto.
Lá os países
só sairão da crise se os trabalhadores daqui resolverem mudar o mundo, coisa
que no momento me parece impossível.
Ora, se a
riqueza foi para as mãos de uns poucos, significa dizer que os micros, pequenos
e médios empresários da cidade e do campo também perderam seus patrimônios,
diga-se uma calamidade; e se ontem os pobres buscavam abrigo alimentar nas
instituições de caridade, hoje também muitos ex ricos estão nos balcões
solicitando ajuda, e os que ainda não estão, se a coisa não mudar em breve
estarão, sem contarmos a multidão dos que preferiram a morte pelo suicídio.
Porém pela
pressão dos jovens os governos do bloco comum europeu resolveram afrouxar o
cinto e vão, dizem os jornais, investir mais de um bilhão de euros nos próximos
dois anos para gerar trabalho e renda. Vão investir o que retiraram das nações
e os salários serão infinitamente menores dos de antes.
Voltamos ao nosso meio.
Há uma fala
popular que diz da leniência de nosso povo, do acomodamento, da subserviência e
do apego as autoridades e governos.
Parece-me
que a juventude esta rompendo com estes paradigmas e foi à rua dizer que basta.
Aqui
diferente da Europa o País vive uma era de quase pleno emprego. O estado e a
iniciativa privada apostaram em cursos terminais de qualificação profissional e
milhares de pessoas passaram para a condição de profissionais primários e
exercem funções nas mais diversas atividades econômicas.
Portanto nós
temos uma situação bem diferente e parece, mas não é uma coisa articulada, uma
ação de grupos de poder para desestabilizar o governo.
Porém, a
articulação do “escudo vermelho” se deu e se dá em confronto com o governo da
Dona Dilma; pois vejam, foi só o estado reduzir as taxas de juros do seu
endividamento e ressurge um inicio de crise que atinge principalmente os mais
pobres, com o aumento dos preços dos produtos alimentares, dos remédios e dos
alugueis, a chamada inflação.
Esta crise
sim foi articulada pelos donos do poder com o apoio de segmentos da classe
média que ainda não engole o governo popular que governa para todos,
principalmente para os mais pobres.
Cabe-me
dizer que os jovens do mundo todo refletem uma insatisfação ainda não explicada
cientificamente, mas que tenho convicção se origina no modelo econômico de
distribuição de renda.
Prometo
abordarei sobre isto impreterivelmente no próximo artigo.
Veremos
fractais sociais em todos os cantos do mundo e só um pacto social entre
empregados e empregadores mudarão isto.
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