Como prenuncio de que movimentos novos estão a
caminho, tenho me deparado com artigos de personagens de importância mundial
falando do tema central que tenho abordado neste espaço.
Há até uma parecença entre o que escrevo e o que estão
escrevendo.
Isto é um alento, porque já não me encontro solitário
na argumentação de que o capital dominado por uns poucos vem empobrecendo
bilhões de pessoas no mundo todo.
Ainda sou um dos poucos que defende a tese da retomada
dos anéis.
O estado do bem estar social (Welfare State para os americanos e ingleses), (Den Zustand der
Sozialhilfe para os alemães), (L'état de la protection sociale
para os franceses) e (El estado de
bienestar social para os países de língua espanhola), funcionou muito bem durante o período que o
leste europeu era dominado pelo sistema proletário de governo, ou como queiram
bloco comunista.
Desmoronado aquele sistema e na ausência de paradigmas
sociais, não há mais necessidade de se oferecer vantagens aos trabalhadores
para compensar a ausência da igualdade.
O capital perdeu o rosto e seus capitães. O anonimato
das empresas e seu capital aberto, tira do circuito os donos das empresas que
são governadas por profissionais, não há quem atacar.
O sindicalismo com letra minúscula nunca, repito,
nunca entendeu que o capital estava fazendo concessão via estado com suas leis
e normais na esfera do trabalho.
Os sindicalistas transformaram-se em profissionais da
mediação de conflitos e receberam a alcunha de pelegos, pois sua ação nunca foi
de consolidar as conquistas, nem podiam, pois estas nunca existiram, repito,
concessão não e conquistas.
Os Avanços nos benefícios sociais eram uma panacéia para
o mal do socialismo cuja idéia se fortificou no período da segunda guerra
mundial.
Trabalhadores daqui, dali e de acolá estavam no mesmo
front e não raro podiam comparar suas rações diárias, suas vestimentas e até
seus armamentos com a dos soldados russos e do bloco comunista.
Sem sombra de dúvidas os daqui, dali e de acolá eram
pior em tudo.
Foi fácil entender que havia um engodo na mensagem midiática
denegrindo a qualidade de vida dos trabalhadores do bloco comunista.
O convívio no mesmo campo de batalha e na mesma
trincheira fez com que os daqui, dali e de acolá se sentissem enganados e ao
regresso passaram a difundir as vantagens que os do bloco tinham sobre eles.
A idéia de uma pátria socialista tomou conta de todos
os continentes. Coube aos capitalista reagirem e o fizeram rapidamente através dos
sindicatos e do parlamento.
Leis foram votadas, a melhoria na qualidade de vida e
de trabalho foi imediata, tanto que os do bloco comunistas foram superados.
As lideranças de lá não fizeram o que estava
preconizada, ou seja: Era necessário fazer revoluções dentro da revolução,
aperfeiçoar o sistema, manter viva a chama da revolução bolchevique.
Ao contrário, enfraqueceram o regime e a solução foi a
dissolução do modelo de sociedade sem patrão e toda a riqueza acumulada em mais
de setenta anos, acabou nas mãos de uns poucos e o povo russo voltou a não ter
emprego, saúde e educação para todos.
E nós daqui, desde Margaret Thatcher e Ronald Reagan,
passamos a ver nossas estruturas de defesa dos bens conquistados sendo
paulatinamente colocado no ostracismo e violentamente combatido.
O trabalho passou a ser uma mercadoria sem valor e o
trabalhador um ser inútil, imprestável, substituível toda vez que havia aumento
nos valores da mão de obra.
As empresas passaram a buscar novos espaços para produzir
onde não houvesse a organização sindical.
Só como exemplo Detroit deixou de ser o centro da indústria
automobilística nos estados unidos e hoje as montadoras procuram regiões onde
não existam operários organizados, aqui, ali e acolá.
Os estados alteraram suas normas jurídicas para
beneficiar o capital. Agora mesmo na Europa, todos os países vem fazendo
alterações e retirando benefícios dos trabalhadores.
Aqui no Brasil, desde os tempos de Collor de Mello, o
estado vem atacando direitos adquiridos ao longo de décadas em nome da autossuficiência,
principalmente os direitos previdenciários e o salário de aposentados e
pensionistas esta sendo achatado vilmente.
Há porem um novo olhar no horizonte e creio que as
populações de trabalhadores do mundo inteiro, levantarão a sua voz e ela será
ouvida nos quatro quantos e nós voltaremos a ter nossa dignidade respeitada como
nos ensinou Kant.
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